segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Introdução - O Mar Estava Agitado

O mar estava agitado. A pequena embarcação se afastava com dificuldade, buscando alcançar o navio que esperava para partir. Com as vestes ensopadas e água até a cintura, João1 e os outros Cristãos tentavam atingir a praia, mas eram jogados, pelas fortes ondas da arrebentação, exatamente onde acabavam de ser deixados. 

Cefas - uma senhora Cristã, exilada junto com os demais do grupo - caiu e, na tentativa de se levantar, chorava desesperada:

- O que será de nós agora? Como sairemos deste lugar? Vamos morrer aqui!


Paciente e amoroso, João procurava acalmá-la:


- Tenha fé, minha irmã, Deus nunca nos desampara. Ele sempre cuida de todos.


E enquanto a ajudava a se erguer, prosseguiu:


- Não desanime. Por mais difícil que seja nossa situação, vamos confiar no Mestre.


Um pouco mais confortada, a mulher assentiu com a cabeça e enxugou as lágrimas misturadas à água do mar. Explicou a razão de sua angústia:


- Não temo por mim, apóstolo João, e sim por meus filhos, que ficaram em Efeso. E por eles que me angustio. Estou pronta a dar a vida pelo Senhor, se ele assim o desejar, mas e meus filhos?


Como é difícil para uma mãe ver os filhos ameaçados...

- Eu posso imaginar, Cefas, posso mesmo. No entanto, Jesus está no comando de nossas vidas, não está?


Cefas o olhava calada e, ao chegarem finalmente à praia, exaustos, ele aconselhou:


- Agora descanse. Precisamos recuperar as forças.


Aqueles eram mais alguns dos muitos Cristãos exilados por ordem do imperador romano Domiciano. Os componentes do pequeno grupo estenderam-se na areia quente e fina, enquanto tentavam recompor as forças e os corações, abalados pela longa e difícil jornada.


Não obstante a solicitude com que atendia e se preocupava com todos, João parecia cansado. 


Olhou ao redor, notando a beleza do cenário: 

Patmos era uma ilha esplendorosa, localizada no leste do mar Egeu. Acostumado aos encantadores cenários já vistos quando saía para a pesca, e depois pelas viagens que empreendera para difundir o Evangelho de Jesus, ele estava embevecido diante da pequena ilha grega. Já ouvira muitos falarem daquele lindo lugar, porém nunca estivera ali antes. Acomodou-se ao lado dos demais e ficou a contemplar a bela paisagem. 

A brisa perfumada soprava suavemente. O sol se punha devagar, deixando no horizonte um rastro de tons avermelhados e intensos. A vegetação da ilha parecia acalentar o entardecer e recebê-lo com todo o prazer, pois o aroma exalado pelas plantas era doce e agradável.

Não demoraria a anoitecer. Ebenezer tocou o ombro de João e sugeriu:


- Não seria melhor procurarmos abrigo para passarmos a noite? Será que conseguiremos encontrar ainda hoje outros cristãos, também presos na ilha?


- Não tenho a menor idéia de onde possam estar...


- A ilha é pequena, João, e não creio que estejam muito longe da praia. Seria melhor que nos colocássemos logo a caminho.


Ao observar o olhar de João, que focalizava o grupo, Ebenezer aconselhou:


- Embora estejamos todos cansados, não podemos passar a noite aqui. Temos de procurar abrigo.
João sorriu ao admitir:


- Seu bom senso é inegável.


E dirigindo-se ao grupo, pediu:


- Vamos, irmãos, precisamos de um abrigo. Sei que estão todos esgotados, mas não podemos demorar mais.


- Também parece cansado, apóstolo. João abriu sincero sorriso e respondeu:


- E estou mesmo! A idade chegou de vez para mim, minha irmã...


Entregando-se a enorme esforço, puseram-se a caminho, em busca de outros que já estivessem na ilha. Caminharam cerca de meia hora e avistaram algumas casinhas improvisadas, feitas de madeira e cobertas com vegetação. Antes que alcançassem o minúsculo vilarejo, alguns moradores correram ao encontro do grupo. Um dos homens perguntou, ainda a distância:


- São cristãos?


Foi João quem respondeu:


- Somos, viemos de Éfeso.


Um dos que vinham mais atrás gritou:


- João! Apóstolo João? É você mesmo?


Quando reconheceu o companheiro de longos anos, com quem fizera muitas viagens tendo por objetivo disseminar o Evangelho, João exultou:
- Ananias, é você?


Ao se encontrarem, trocaram apertado e carinhoso abraço. Emocionado, o mais jovem disse, enxugando as lágrimas:


- Não pouparam nem a você, João!


- Ora essa, e por que poupariam? 


- Já está com idade avançada! Eles deveriam levar isso em conta. Além do mais, você só faz o bem a todos...

João sorriu e fitou o outro nos olhos:


- Você esquece que não pouparam o melhor de nós todos, Ananias? Aquele que só fez o bem em toda a sua vida? Quem pode exigir ser tolerado ou aceito depois do tratamento que teve o Mestre dos Mestres? Não, não podemos nos iludir jamais. 


Nossa luta é difícil. Jesus já nos ensinou que o caminho para aqueles que desejam segui-lo é estreito.

Fez-se longo silêncio, e Ananias convidou:


- Vamos à minha casa. Mesmo pequena e improvisada, todos nos arranjaremos por lá.


Depois de conversarem muito e trocarem informações sobre o dia-a-dia na ilha e o que acontecia no continente, com notícias de amigos e parentes de muitos daqueles que ali estavam há mais tempo, Raquel, a irmã de Ananias, aproximou-se e sugeriu:


- Devem estar com fome. Vou servir o jantar. Embora bastante frugal, vai alimentar a todos.


Depois da leve refeição, sentaram-se à volta de João e alguns pediram:


- João, conte-nos uma história sobre Jesus. Temos ouvido muitas, mas sei que você deve saber de outras que ainda não conhecemos.


O rosto de João iluminou-se, refletindo suave luminosidade que imediatamente envolveu a todos. O cansaço que sentia desapareceu, ele ajeitou-se no assento que ocupava e disse sorrindo:


- E sempre uma grande alegria poder relembrar as experiências preciosas que tivemos ao lado de Jesus de Nazaré.


E pôs-se a narrar episódios que vivenciara como discípulo de Jesus. Ficaram acordados até muito tarde, relembrando as doces experiências.


No plano espiritual, em torno do pequeno agrupamento, brilhava intensa luz. Se os olhos materiais o permitissem, eles se surpreenderiam ao observar a numerosa companhia espiritual com que contavam naquela noite. Um grupo bem maior de espíritos envolvia aqueles que se reuniam na Terra, e com eles apreciava as histórias sobre o enviado de Deus. Entre seus integrantes estava Ernesto, outrora exilado de Capela. Só muito mais tarde, João disse:


- Bem, agora gostaria de descansar.


Ananias concordou com a cabeça e o ajudou a se levantar, enquanto dizia:


- Ficaria aqui a noite toda ouvindo você.


Ao colocar-se de pé, João bateu levemente nos ombros do mais novo e disse:


- Teremos muitas ocasiões para conversar, não é mesmo?


- Acha que ainda ficaremos muito por aqui? 


- Quem sabe? De toda forma, vamos aproveitar bem nosso tempo. Tenho uma porção de histórias sobre Jesus para compartilhar.

Depois de acomodar a todos, distribuindo-os pelos espaços disponíveis nas pequenas casas, Ananias voltou, sentou-se e, sorvendo um copo de água fresca, em um suspiro desabafou com Raquel:


- Não sei se fico triste ou feliz com a chegada de João. A irmã afirmou:


- Quanto a mim, estou aliviada por tê-lo conosco. 


Já estava começando a perder as esperanças...

No dia seguinte, mal os primeiros raios de sol surgiram no horizonte, João já se levantara e, silencioso, saíra da pequena cabana que os abrigava. Caminhou devagar em direção ao mar e em algum tempo avistou a praia. Admirou a beleza do alvorecer, com os raios cada vez mais fortes do astro-rei rasgando o céu até dominar o espaço. O dia amanhecia belo e cheio de energia. 


João olhou ao redor e notou uma pedra bem desenhada que poderia servir de banco. Sentou-se, ainda contemplando o mar e o céu. Depois, indagou em pensamento:

- Deus, meu Pai, Mestre Jesus, o que desejam de mim? Estou aqui, isolado de tudo e de todos. 


Como prosseguir com a tarefa de levar o Evangelho ao povo, de difundir seus ensinamentos, se permitiram que para cá eu viesse? É chegado o momento da minha passagem para o mundo espiritual?

Ernesto, espírito que fora seu pai em existência longínqua, em Capela, afagou-lhe os cabelos e sussurrou-lhe ao ouvido: "Não, querido Henrique, não é o momento da sua transição. Serene seu coração e espere tranqüilo. Ainda tem muito trabalho a fazer. Contamos com você, com sua força física e sua fé em Jesus".


Registrando no coração aquelas palavras, João sorriu e falou baixinho:


-Estou aqui, Senhor, pronto para fazer tudo o que de mim desejar. Sou seu servo.


Ele se calou. Mais uma vez Ernesto afagou-lhe os cabelos e beijou-lhe a fronte envelhecida. Aquela altura João já somava 85 anos de vida, e ainda mantinha vigor físico que impressionava a todos.


O apóstolo continuou a meditar e orar por mais algum tempo. Foi interrompido pela voz amiga de Ananias:


- Sabia que o encontraria aqui.


João sorriu para o companheiro, que logo se acomodou ao seu lado e comentou:


- É lindo ver o nascer do sol deste local. Muitas vezes tenho vindo para apreciar a beleza e orar... 


- É um lugar ideal para a prece. O silêncio ainda domina a paisagem e tudo vai despertando aos poucos, à medida que oramos. E como se nos integrássemos a toda a natureza, louvando a Deus pelo dom da vida.

Ananias ficou calado. Lágrimas brotaram em seus olhos e lhe desceram pela face. Limpou o rosto, porém elas teimavam em cair. João tocou-lhe o ombro fraternalmente e indagou:


- O que foi, Ananias? O que o entristece tanto, meu irmão?


- Eu não entendo bem o que acontece, João. Por que estamos aqui, separados de nossos parentes e amigos? Estamos tentando fazer o bem, conforme Jesus nos ensinou, e somente isso. Não infringimos nenhuma lei, e tantos Cristãos já foram sacrificados, tantos... Por que isso está ocorrendo, João? Você compreende?


- Meu caro Ananias, não se deixe abater. A tristeza pode vir, é normal, mas não permitamos que ela tome conta de nós. Lutemos contra a tentação do abatimento e do sentimento negativo de derrota. Lembre-se de que somos mais do que vencedores por aquele que nos amou até a morte.


Depois de breve silêncio, Ananias continuou, enxugando as lágrimas:


- Eu sei, João, e por isso me entristeço. Não consigo ter fé igual à que vejo em você e em tantos outros cristãos. Apesar de amar o Mestre e confiar nele, às vezes fico realmente cansado de lutar tanto. Por que tudo isso acontece?


- As resistências e oposições que levaram Jesus ao madeiro são as mesmas que nos perseguem e querem nos calar. Assim como acham que emudeceram Jesus, matando-o, pretendem matar a todos nós, para silenciar a própria consciência que lhes desperta sutilmente na alma. Não querem enxergar, pois isso os obrigaria a mudar, a abrir mão de seus interesses, de seu orgulho, das ilusões sobre si mesmos e sobre o mundo que acalentam no íntimo. Jesus os incomodou, Ananias, e nós, igualmente, muito os incomodamos.


Ananias ficou novamente pensativo. João prosseguiu:


- Apesar de tudo, veja que eles não conseguem calar os cristãos. Alguns realmente foram sacrificados, mas muitos outros estão abraçando a causa do Evangelho.


- E dá para crer que logo seremos aceitos e finalmente poderemos viver nossas vidas, tentando aplicar e ensinar o que Jesus nos deixou? Isso só fará bem às pessoas... Como é possível que não percebam?


Dessa vez foi João que nada disse. Ananias suspirou fundo, em curto intervalo, e confessou:


- Estou cansado, João. Foi muito doloroso para mim perder entes queridos da minha família. Você sabe, meu pai e meus irmãos foram mortos por ordem de Domiciano. Minha mulher e meus filhos estão em Efeso, escondidos na casa de amigos. 


Não consigo perdoar totalmente, conforme Jesus nos ensinou. Sinto muita dor no coração, muita saudade...

- Ananias, você sabe que seu pai e seus irmãos não morreram! Estão vivos e a serviço de Jesus, em outra dimensão da vida. Eles estão bem, muito bem!


Subitamente, João parou de falar, fechou os olhos por um instante e em seguida os abriu.


- E estão aqui agora - disse. Ananias arregalou os olhos e perguntou:


- Aqui, conosco? Eles estão aqui?


- Sim. Seu pai pede que você se tranquilize, pois Ester e as crianças passam bem. Estão seguras e bem protegidas.


Ananias, tocado pela energia de amor que emanava do pai e dos irmãos desencarnados, vertia copioso pranto. João prosseguiu:


- Seu pai o envolve em terno abraço, Ananias, e lhe diz que eles partiram porque a hora havia chegado; já tinham cumprido a tarefa que lhes cabia na encarnação. Agora precisam dar seqüência ao trabalho, no plano espiritual, e contam com sua ajuda para realizá-lo. Eles têm permanecido muitas vezes ao seu lado, intuindo-o e orientando-o quanto à forma de colaborar.


Limpando as lágrimas, ele disse:


- Gostaria de poder abraçá-los também. Eu os amo tanto...


- Eles sabem, sentem o seu carinho. Todavia, você os ajudará muito mais confiando na Providência e sabendo que continuam por perto.


Ananias calou-se, tomado pela emoção. Aos poucos se acalmou e, depois de prolongado silêncio, afirmou:


- Estou melhor, e só posso agradecer-lhe por me proporcionar tamanha alegria.


Sem dizer nada, João abraçou carinhosamente o amigo. Então, Ananias convidou:


- Não seria melhor irmos? Você precisa se alimentar. Comeu algo antes de sair?


- Não. Gosto de orar pela manhã, antes de me alimentar.


- Só que agora deve comer.


- Vá indo, Ananias. Eu sigo logo atrás.


- Não, João.Vamos, terá tempo de sobra para voltar aqui quantas vezes quiser; está na hora de cuidar bem de seu corpo, ainda vai precisar muito dele...


João ergueu-se e concordou:


- Tem razão; Ananias; vamos indo.


Enquanto caminhavam em silêncio pela trilha que levava da praia até a cabana, João imaginava quantos cristãos deveriam estar sentindo angústia idêntica à que vira em Ananias. Por certo havia os que compreendiam o sentido do sofrimento que lhes era imposto, ao passo que muitos provavelmente se questionavam sobre os motivos de tanta resistência, de tamanha oposição enfrentada. À medida que pensava, uma idéia lhe surgia, clara e nítida, no fundo da mente: escrever aos Cristãos, esclarecendo e comentando a vitória do Cristianismo no mundo.


Em pensamento indagou: "Quando começaremos?". E a resposta lhe soou na mente: "Em breve".


Quase um ano se passou. Outros grupos de cristãos chegaram à ilha, contando os horrores que muitos estavam enfrentando por causa dos governadores romanos. Por toda a parte era árdua a luta dos cristãos. Certa noite, depois de ouvir alguns deles narrarem o que se passava em diversos pontos da Palestina e de outras regiões, João se recolheu com o coração dolorido. Sabia que o combate seria duro, mas sempre que constatava a aridez do coração humano, e quanto de mal um homem era capaz de fazer ao seu semelhante, ficava triste. Ao acomodar-se na cama, naquela noite, ele não conseguia dormir. 


Virava-se de um lado para o outro, na tentativa inútil de conciliar o sono. Sentou-se, e escutou mentalmente, com nitidez uma voz: "Durma, João, aquiete-se e durma. Hoje começará a receber as informações que deverá escrever". Ainda sentado, ia questionar, quando a voz pediu com suavidade: 

"Deite-se. Logo você dormirá e então verá, diante de seus olhos, o que deverá escrever".

Acostumado a obedecer às orientações espirituais que recebia, João deitou-se outra vez, procurando pensar apenas no rosto amigo e meigo de Jesus, que trazia na memória com todos os detalhes. 


Pouco a pouco a lembrança o acalmou e ele adormeceu. Seu corpo espiritual foi então desprendido do corpo físico e Ernesto, que o aguardava, perguntou:

- Então, Henrique, está pronto para traduzir o que ainda há por vir para os cristãos, as lutas e também as vitórias?


Abraçando o querido amigo, João respondeu:


- Estou pronto para tentar.


- Vamos, está tudo preparado. Você verá o desenrolar dos fatos futuros lá na colônia, e, ao regressar, começará a traduzir para nossos irmãos encarnados aquilo a que tiver assistido.
João calou-se, pensativo.


- O que foi, está preocupado? 


- Ernesto indagou.

- Nunca fui muito bom para escrever, você sabe, não é? Tenho lá minhas dificuldades.


- Não se preocupe. Você terá muita ajuda. 


Preparavam-se para partir quando João perguntou, com um sorriso:

- Tem visto Elvira? 


- Não, desde que ela regressou para Capela, mas sei que está sempre pensando em nós. Sinto seus pensamentos envolvendo minha mente.

- E como está você, Ernesto?


- Fortalecendo-me com o seu exemplo. João sorriu e abraçou-o.


- Podemos ir agora - falou.


Partiram, Logo alcançaram a colônia, próxima ao orbe da Terra, e lá João pôde visualizar, numa tela imensa, muitos fatos que ao longo do tempo se sucederiam no planeta. Mais tarde, ao retornar, ele pediu:


- Por favor, Ernesto, precisarei de ajuda para o que devo realizar. Não sei como colocar na linguagem dos meus contemporâneos aquilo que vi hoje.


- Voltaremos muitas vezes à colônia. Você poderá rever o que para você for motivo de dúvida e conversaremos sobre cada detalhe. Ajudaremos em tudo que estiver ao nosso alcance. Vai dar certo, não se preocupe.


Na manhã seguinte, o sol já ia alto quando João despertou. A cabana estava vazia e ele se sentia atordoado. Sentou-se e meditou um pouco, buscando compreender tudo o que sentia. Então saiu em busca de Ananias e logo encontrou Raquel, que informou:


- Ananias foi pescar. Pediu que ninguém o acordasse e todos tentamos deixar a cabana sem fazer barulho.


- E conseguiram. Agora, preciso de pergaminhos, pena e tinta. Tenho de escrever.


Imediatamente Raquel correu para a cabana e logo surgiu à porta, avisando:


- Está tudo na mesa. Sobre o que o senhor vai escrever? É alguma orientação para nós?


- Para nós e todos os cristãos, Raquel.


- Puxa, que notícia boa! Sorrindo, João explicou:
- Vou tratar de escrever, antes que o que vi em sonho esmaeça em minha mente.


Assim, durante os anos que passou na ilha de Patmos, João ocupou-se em registrar, da melhor forma possível, tudo o que observava no plano espiritual, com relação ao futuro da Terra e dos homens. Embora desejasse ardentemente transmitir mensagens de otimismo e esperança, constatava, dia a dia, que o porvir da humanidade seria marcado por uma longa trajetória de dor, lutas e muito sofrimento, até que o raiar de nova era libertasse, finalmente, a consciência humana.


Naquele cenário de rara beleza, João escreveu as páginas que seriam conhecidas pelas futuras gerações como o Livro do Apocalipse, retratando uma das fases de transformação da Terra, em seu processo evolutivo. 


1 João foi um dos doze apóstolos de Jesus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Introdução - O Mar Estava Agitado O mar estava agitado. A pequena embarcação se afastava com dificuldade, buscando alcançar o navio que ...